Professores da UFPA elaboram guia de orientações fisioterapêuticas para assistência a pessoas recuperadas da COVID-19

Docentes da Faculdade de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Pará elaboraram um guia para orientar discentes e profissionais no tratamento de pacientes após recuperação da COVID-19. O guia foi elaborado a partir de experimentações científicas, da ciência baseada em evidências e da expertise de profissionais no tratamento de doenças que provocam limitações similares às da COVID-19. O guia está disponível digitalmente e será divulgado entre a comunidade científica e profissionais da saúde.

A depender do quadro que tiveram, os pacientes que se recuperam da doença podem apresentar sequelas para as quais são necessários atendimento e acompanhamento fisioterapêuticos. Assim, o guia primeiramente apresenta de forma geral a COVID-19 e descreve as possíveis consequências respiratórias, musculoesqueléticas, neurológicas e cardiológicas da doença já registradas na literatura científica.

Com base nesses dados, o documento orienta parâmetros e metodologias para avaliação detalhada dos pacientes e possibilidades de intervenção fisioterapêuticas, conforme cada quadro apresentado, como treinamentos aeróbico, de força muscular, muscular inspiratório e neurofuncional.

Para o professor Paulo Avila, um dos autores do guia, ainda que não haja protocolos bem estabelecidos e específicos para a COVID-19, é possível estabelecer alguns parâmetros para reabilitação, principalmente, de pacientes que evoluíram para quadros mais graves da doença. “Pelo tempo de doença no mundo e, mais precisamente no Brasil, iniciou-se a discussão sobre as limitações apresentadas pelos indivíduos acometidos pela COVID-19. Essas limitações se darão mais frequentemente nos pacientes que ficaram internados em UTI e que permaneceram por longo período em ventilação mecânica, o que não exclui a possibilidade de os casos mais leves apresentarem certo grau de redução da capacidade funcional. As alterações encontradas demandam abordagem terapêutica individualizada e o paciente deve começar a reabilitação o mais rápido possível, desde que esteja clinicamente estável. O embasamento deve ser nos protocolos individualizados de reabilitação em pacientes criticamente enfermos, daí a ênfase na avaliação e no tratamento com incremento do condicionamento físico e da capacidade aos exercícios”.

Para o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, “Iniciativas como este guia elaborado de forma muito qualificada pelos nossos professores da Fisioterapia e Terapia Ocupacional auxiliam tanto na formação de discentes quanto na atuação dos profissionais que estão na linha de frente do tratamento da COVID-19. Essa colaboração da Universidade tem sido fundamental, dada a grande demanda por referências para melhor compreensão da doença e investigação de formas de tratamento”.

Fonte: Divulgação UFPA Coronavírus

Publicação em 28 de julho de 2020, na página do coronavírus da UFPA.